EUA continuam participando de acordo tributário da OCDE, apesar de resistência de Trump

Os EUA estão envolvidos em negociações para um acordo tributário global organizado pela OCDE, apesar das críticas do ex-presidente Donald Trump. O secretário-geral Mathias Cormann afirmou que os EUA continuam em discussões sobre preocupações técnicas.

Mais de 135 países assinaram uma reforma do imposto corporativo há mais de quatro anos, mas metade ainda não foi implementada. As conversas na Cidade do Cabo foram descritas como construtivas, contrastando com o tom hostil de Trump, que no início de sua administração declarou que o acordo "não teria força nos EUA."

Um porta-voz do Tesouro americano disse que os termos anteriores não são aceitáveis, e que buscam proteger os interesses e a soberania fiscal. O primeiro pilar da reforma, que busca tributar multinacionais onde operam, ainda não foi acordado.

Enquanto o segundo pilar, um imposto mínimo global de 15%, foi implementado por mais de 40 países, não requer apoio dos EUA. Contudo, o Tesouro levantou preocupações sobre a implementação, e as discussões continuam.

Sandy Bhogal, especialista em impostos, expressou ceticismo quanto à adoção do primeiro pilar sem reformas significativas. Cormann ressaltou a importância da cooperação fiscal internacional para evitar a dupla tributação.

Cormann alertou que a ausência de uma solução multilateral pode levar à proliferação de impostos unilaterais, prejudicando o comércio global. Ele também destacou que novas tarifas podem desacelerar o crescimento econômico e aumentar a inflação.

Embora a OCDE não preveja atualizações até junho, Cormann indicou uma reavaliação das projeções de crescimento. Ele concluiu que o multilateralismo é essencial e alertou sobre os riscos de uma guerra comercial.