ETFs ativos se multiplicam nos EUA — e nem existem no Brasil
Os ETFs ativos alcançam 51% do total de produtos listados nos EUA, superando os passivos pela primeira vez. A expectativa é que o modelo ganhe espaço também na Europa e, futuramente, no Brasil, onde a regulamentação ainda é limitada.
ETFs ativos superam passive nos EUA
Os ETFs ativos — fundos listados com gestão discricionária — tiveram um crescimento expressivo nos últimos anos, superando os passivos nos EUA. Atualmente, cerca de 51% dos quase 4.300 ETFs disponíveis possuem gestão ativa, em comparação com 23% há cinco anos.
Esses fundos receberam 40% do fluxo de novos investimentos durante as turbulências de mercado recentes, impulsionados pela demanda por ETFs alavancados. A participação dos ETFs ativos no mercado de US$ 11 trilhões saltou de 2% para 10% desde 2019, após mudança nas regulamentações da SEC.
Esses produtos oferecem complexidade similar a fundos tradicionais, mas com taxas menores (0,6%% ao ano versus 1%% dos fundos não listados). Gestoras como BlackRock e Vanguard lideram o lançamento de ETFs ativos, com expectativa de crescimento significativo na Europa.
No entanto, os investidores europeus ainda são reticentes, com apenas 10% do mercado de fundos voltado para ETFs passivos e uma recepção morna para ativos, considerados “shy active”.
No Brasil, a regulamentação para ETFs ativos ainda é limitada, resultando em um mercado pequeno de R$ 50 bilhões. A Anbima planeja atualizar as leis sobre ETFs, podendo abrir espaço para esses produtos até 2027.
O retorno dos ETFs ativos em ações nos últimos 15 anos foi abaixo dos passivos e dos fundos mútuos, com uma média anual de 12,4% comparado a 13,5% dos passivos. A regulamentação aqui é vista como uma oportunidade de escolha, sem eliminar outras opções de investimento.