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Estudo revela que EUA tem 'superávit digital' de US$ 600 bilhões — e põe em xeque tarifas de Trump

Estudo revela que o superávit digital dos Estados Unidos pode reduzir significativamente o déficit comercial tradicional, que atingiu US$ 1,2 trilhão em 2024. Economistas sugerem que uma reavaliação desses dados é essencial para compreender a realidade econômica do país no cenário global.

Em 2024, os Estados Unidos exportaram US$ 3,2 trilhões em bens físicos e importaram US$ 4,11 trilhões, resultando em um débito de US$ 1,2 trilhão, 14% maior que em 2023, segundo o Departamento de Análise Econômica (BEA).

Esse déficit motivou o presidente Donald Trump a implementar tarifas recíprocas. No entanto, um novo estudo publicado na Nature Communications sugere que esses números não refletem a totalidade do comércio americano, especialmente o superávit digital.

Os pesquisadores, incluindo César A. Hidalgo, estimam que os EUA possuem um superávit de pelo menos US$ 600 bilhões em produtos digitais, como publicidade digital e serviços de streaming. Esse valor é comparável às exportações totais da França.

A Califórnia exemplifica essa situação, exportando US$ 183 bilhões em bens físicos e importando US$ 490 bilhões, cobrindo a diferença com seu superávit digital.

O comércio digital é complexo de mensurar. Muitas transações não são contabilizadas, pois ocorrem via subsidiárias estrangeiras, dificultando uma análise precisa da balança comercial.

Em 2024, as exportações digitais dos EUA foram estimadas em US$ 705 bilhões, lideradas por empresas como:

  • Alphabet: US$ 141 bilhões
  • Meta: US$ 71,2 bilhões
  • Oracle: US$ 45,2 bilhões
  • Amazon: US$ 32,3 bilhões

Do outro lado, as importações digitais somaram cerca de US$ 131 bilhões, destacando empresas como Alibaba e Bytedance.

As políticas comerciais atuais dos EUA se concentram no comércio de bens físicos, porém esse foco ignora o crescente superávit digital. Economistas sugerem que uma abordagem equilibrada pode oferecer uma visão mais precisa da posição econômica dos EUA.

Em resumo, enquanto os números convencionais mostram um déficit comercial notável, incluir o superávit digital pinta um quadro mais favorável para a economia americana. Hidalgo conclui que a "verdadeira história" do comércio atual vai além dos produtos físicos, abrangendo também os serviços digitais.

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