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Estudo reconstrói um século de poluição em São Paulo

Estudo revela como a industrialização e o crescimento populacional impactaram a poluição por metais em São Paulo ao longo do último século. Pesquisadores destacam a importância dos sedimentos como registros ambientais e a necessidade de políticas públicas para mitigar a contaminação.

A poluição por metais em São Paulo foi analisada em estudo publicado na revista Environmental Science and Pollution Research. A pesquisa utilizou a paleolimnologia para reconstruir um século de contaminação através de sedimentos do Lago das Garças.

Os cientistas investigaram 8 metais: cobalto, cromo, cobre, ferro, manganês, níquel, chumbo e zinco. O Lago, preservado ao longo do tempo, proporcionou um registro histórico importante sobre a poluição.

A coleta de sedimentos foi feita por mergulhadores e datada com chumbo-210, permitindo identificar 3 períodos distintos de poluição:

  • Pré-industrial (até 1950): baixas concentrações de metais.
  • 1950-1975: aumento progressivo devido à urbanização e atividades industriais.
  • 1975-2000: pico da poluição, especialmente de metais provenientes de emissões veiculares e industriais.

Após 1986, com a proibição da gasolina com chumbo, houve queda nos níveis de chumbo nos sedimentos. No entanto, outros metais como cobalto, níquel e cobre continuaram a aumentar nos anos 1990, associados a mudanças na produção industrial.

O estudo reforçou a importância dos sedimentos como indicadores ambientais e a relevância de políticas públicas para controle da poluição. A pesquisa sugere que é possível estabelecer metas para a recuperação da qualidade ambiental com base nos dados históricos.

Para mais informações, o artigo completo pode ser acessado aqui.

O estudo contou com apoio da FAPESP e bolsas para as autoras Tatiane Araujo de Jesus e Sandra Costa‑Böddeker.

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