Estrategista que previu fim do excepcionalismo dos EUA não vê recuperação do mercado
Investidores globais estão abandonando ativos americanos, prevendo um período de incerteza prolongada. O estrategista Alain Bokobza alerta que a rotação para mercados internacionais está apenas começando, enquanto as ações e o dólar dos EUA enfrentam pressão crescente.
Desinvestimento em ativos dos EUA pode se prolongar se a política comercial de Donald Trump continuar, de acordo com o estrategista Alain Bokobza, do Societe Generale.
Ele expressou preocupação com as rachaduras no mercado e recomendou que os investidores reduzam sua exposição a ações dos EUA e ao dólar. Desde então, o S&P 500 caiu 15% e o índice do dólar quase 9%.
Bokobza destacou que a incerteza política gerada pela nova administração em Washington está criando uma "grande rotação" nos mercados, que pode persistir por anos.
O dólar e os títulos do Tesouro estão perdendo apelo, enquanto as ações americanas apresentam desempenho inferior às internacionais, prejudicadas por tarifas que impactam o crescimento e a inflação.
Ele observou que o domínio dos EUA no investimento foi desafiado, e as grandes empresas de tecnologia estão sofrendo as consequências das tarifas. A independência do Federal Reserve também pode ser ameaçada por pressões políticas, o que, segundo Bokobza, poderia prejudicar ainda mais o mercado.
Bokobza previu uma demanda crescente por ações europeias, já que investidores estão redescobrindo empresas promissoras fora dos EUA, como na Europa, Japão e China.
Por fim, ele reafirmou que nenhum país ganha com o protecionismo e alertou sobre a fragilidade das políticas atuais. “Algo está mudando na Europa”, concluiu.