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Estratégia maior de Maduro semeia desordem na oposição – novamente

A oposição venezuelana enfrenta um momento de fragmentação e incertezas à medida que se aproximam as eleições regionais e legislativas. A falta de unidade e as ameaças de repressão aumentam as dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral organizado pelo governo de Maduro.

CARACAS – A Venezuela se prepara para eleições regionais e legislativas em menos de 45 dias, um novo teste político para o regime de Nicolás Maduro. As ruas estão silenciosas, sem campanhas visíveis. O Conselho Nacional Eleitoral não cumpriu os procedimentos legais e seu site está fora do ar desde julho de 2022, refletindo a opacidade do processo.

A oposição fragmentada enfrenta sua própria crise. Omar Barboza renunciou à liderança da Plataforma Democrática Unitária (PUD), mencionando falta de unidade e vazamentos internos. Figuras destacadas, como María Corina Machado e Edmundo González, optaram por não participar das eleições devido à falta de garantias.

A PUD condiciona sua participação à nameação de novas autoridades eleitorais, garantias políticas e libertação de prisioneiros políticos. A maioria da oposição está presa, em exílio ou na clandestinidade, com a confiança do eleitorato abalada pela fraude nas eleições anteriores.

As eleições, agendadas para 25 de maio, incluem 285 cargos legislativos e governadores em disputa. O regime de Maduro controla quase 70% da Assembleia Nacional, e sua decisão de antecipar as eleições visa desorientar a oposição, neste cenário de crescente pressão interna e externa.

Apesar da rejeição à participação, alguns partidos, como Um Novo Tempo, planejam concorrer. O ex-candidato à presidência Henrique Capriles foi expulso do Primeiro Justiça por tentar apoiar o processo eleitoral, refletindo a divisão na oposição. A economia, em risco de recessão, é agravada pela revogação de licenças de petróleo.

José Guerra, economista próximo a Capriles, alerta que a abstenção beneficia o regime. Especialistas apontam que as sanções dos EUA afetam a população, mas a eficácia diminui. Entre debates internos, há um consenso na oposição sobre a ausência de condições adequadas para uma votação justa.

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