“Estados Unidos não vão perder a hegemonia econômica tão cedo”, diz Fabio Kanczuk
Especialistas avaliam que a hegemonia econômica dos EUA permanecerá sólida por pelo menos 20 anos, sustentada por fatores como produtividade e escala. Entretanto, criticam a política econômica de Trump, que pode gerar instabilidade e impactos negativos na economia americana.
Hegemonia econômica dos EUA: segundo Fabio Kanczuk, diretor de macroeconomia do ASA Investments, permanece firme por pelo menos mais duas décadas, apesar do avanço da China. Ele afirmou que “não há menor chance de os Estados Unidos perderem a hegemonia econômica tão cedo” durante o painel na Expert XP 2025, em São Paulo.
Dois fatores sustentam essa excepcionalidade: produtividade e escala. Kanczuk destacou que, “os EUA estão muito à frente em PIB per capita”. Embora a China tenha uma população maior, levará anos para alcançar um nível econômico semelhante ao dos EUA.
Porém, Kanczuk criticou a política econômica de Donald Trump, afirmando que a guerra comercial gera instabilidade. Ele acredita que essa estratégia pode resultar em crescimento menor e inflação mais alta, o que pode afetar o poder político de Trump.
Além disso, a China está se aproveitando da retração diplomática americana para expandir sua influência, especialmente na Ásia. Kanczuk qualificou o Brasil como estando “longe do centro do furacão”, mas alertou que não há motivo para comemorar.
Charles Ferraz, também do ASA Investments, acredita que a instabilidade não agrada ao mercado, e que os fundamentos sustentam a liderança americana. Para ele, a economia dos EUA continua sendo a maior, enquanto a China ainda está distante da maturidade.
Já Fabio Okumura, head da ASA Asset, vê o ambiente geopolítico fragmentado como uma “avenida de oportunidades” para o Brasil, destacando temas estratégicos como segurança alimentar, petróleo e gás e transição energética. Ele sugere que o Brasil pode oferecer muito caso o mundo busque novos parceiros.