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Está mais perigoso andar de avião?

Apesar da percepção nas redes sociais de um aumento nos acidentes aéreos, dados mostram uma tendência de queda nas ocorrências e nas fatalidades nas últimas duas décadas. Especialistas alertam que eventos trágicos recentes não refletem um declínio na segurança da aviação.

Acidentes aéreos em alta? Nas redes sociais, usuários discutem um aumento na frequência de acidentes após uma série de desastres nos últimos meses.

Em 29 de dezembro de 2024, 179 pessoas morreram em um acidente de um avião da Jeju Air na Coreia do Sul. Em janeiro de 2025, um helicóptero e um avião da American Airlines colidiram em Washington D.C., resultando em 67 mortes. Recentemente, um voo da Air India caiu em Ahmedabad, deixando 260 mortos.

Embora o número de acidentes aéreos pareça estar crescendo, uma análise da BBC Verify revela uma tendência de queda nos acidentes aéreos nas últimas duas décadas. Dados do NTSB mostram uma diminuição contínua em acidentes entre 2005 e 2024, mesmo com o aumento de voos. Em janeiro de 2025, foram registrados 52 acidentes, menos do que nos anos anteriores.

Dados da ICAO indicam que os acidentes globais também mostram queda por milhão de decolagens entre 2005 e 2023. Mesmo com picos relacionados a grandes desastres, como o desaparecimento do voo MH370 em 2014, os dados globais refletem uma diminuição geral.

Especialistas afirmam que a percepção de aumento nos acidentes pode se dever à exposição nas mídias sociais. O ex-chefe de investigação de desastres aéreos da Finlândia, Ismo Aaltonen, enfatiza que os recentes acidentes não indicam uma queda na segurança das aeronaves. O professor David Spiegelhalter ressalta a volatilidade dos dados e a tendência de agrupamento de eventos aleatórios.

As investigações de acidentes resultam em : novas normas de segurança e penalidades para companhias aéreas que não cumprem regulamentos. Apesar das preocupações recentes, a viagem aérea continua a ser a forma mais segura de transporte. Em 2022, 95% das mortes relacionadas ao transporte nos EUA ocorreram nas estradas.

Além disso, a probabilidade de morte em acidentes aéreos é considerada tão baixa que se torna impossível de calcular. Os números da NSC mostram que há apenas 0,001 morte por 100 milhões de milhas voadas em aeronaves, comparado a 0,54 em veículos de passageiros.

Por fim, Ismo Aaltonen recomenda cautela durante o trajeto até o aeroporto, visto que é essa parte da viagem que apresenta mais riscos.

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