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Essencial para o sistema elétrico, Belo Monte encara desafio da mudança climática

Belo Monte, uma das maiores usinas hidrelétricas do Brasil, enfrenta críticas constantes por seus impactos socioambientais e agora lida com os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Apesar das controvérsias, sua importância para o abastecimento energético nacional é incontestável, com significativos investimentos em mitigação e desenvolvimento local.

Usina Belo Monte, no Pará, enfrenta críticas e desafios socioambientais

Executivos do setor elétrico mencionam que a usina Belo Monte, originalmente chamada de Kararaô, foi considerada "amaldiçoada" devido ao seu nome original. Após quase dez anos em operação, a Norte Energia já investiu R$ 8 bilhões em mitigação de impactos socioambientais, o dobro do valor previsto.

Embora a usina seja reconhecida por sua importância para a estabilidade do sistema elétrico nacional, continua sendo alvo de críticas. Desde a década de 1970, Bela Monte foi defendida pelo Estado brasileiro, mas a privatização da Eletrobras trouxe novos desafios. O presidente da Norte Energia, Paulo Roberto Pinto, destaca que as expectativas de prazos de licenciamento muitas vezes diferem das prioridades governamentais.

A usina opera sob um extenso plano de mitigação, que inclui a construção de infraestrutura em Altamira, onde mais de 19 mil imóveis foram conectados ao sistema de saneamento. A empresa também investiu em saúde, educação e projetos de combate à malária.

Como parte de suas obrigações ambientais, a Norte Energia deve proteger 26 mil hectares de floresta, além de se envolver em iniciativas para conservar espécies aquáticas ameaçadas. Mantém um laboratório de aquicultura e monitora a vida aquática na região do Xingu.

O investimento em comunidades indígenas soma R$ 1,3 bilhão e incluem projetos culturais e educacionais, como uma aula de robótica que resultou na criação de um robô para proteger tartarugas.

Em termos de geração, Belo Monte compete com Itaipu e Tucuruí, alcançando até 12% da demanda elétrica do Brasil em anos chuvosos. Contudo, sua capacidade foi reduzida para maximizar os benefícios ambientais, e a usina depende agora do fluxo do Rio Xingu.

Apesar de sua polêmica, especialistas afirmam que Belo Monte é essencial para a energia do país. No entanto, cientistas alertam sobre os impactos das mudanças climáticas, que podem afetar a viabilidade elétrica do projeto no futuro, tornando as secas cada vez mais frequentes, o que coloca em risco os contratos de venda de energia a longo prazo.

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