Espanhóis miram soja brasileira após tarifaço de Trump e veem tendência na Europa
A disputa tarifária entre a União Europeia e os EUA pode impulsionar as exportações brasileiras de soja. Com a Espanha e outros países da UE buscando alternativas, o Brasil se destaca como o principal fornecedor, ampliando sua participação no mercado global.
Tarifa de 25% sobre soja americana pode beneficiar exportações brasileiras, segundo embaixador Orlando Leite Ribeiro.
A União Europeia planeja retaliação contra os EUA, onde a soja americana pode ser alvo da tarifa, ampliando a liderança do Brasil neste setor.
O embaixador revelou que quase 50% da soja importada pela Espanha é dos EUA, e a dependência espanhola da oleaginosa é alta, com 95% do consumo importado.
Em 2023, o Brasil respondeu por 48,4% das importações espanholas de soja, revelando um equilíbrio com os EUA (47,5%).
Globalmente, o Brasil representa 55% das exportações de soja, com um volume de 101,86 milhões de toneladas em 2024, um aumento de 29,6% em relação a 2023.
A soja foi o principal produto da pauta exportadora brasileira em 2023, com um valor de US$ 52,3 bilhões e uma participação de 16% nas exportações totais.
O agronegócio espanhol teme o impacto da tarifa UE, pois pode elevar os custos de produção local, aumentando os preços da carne. O Brasil é considerado a alternativa mais viável.
O embaixador observa que o Brasil poderia se beneficiar do rearranjo do comércio com a disputa por estoques entre China e Europa.
Além disso, a demanda crescente por soja para consumo humano pode impactar os preços e a oferta interna no Brasil, com o governo de Lula atento a essa possibilidade.
A guerra de tarifas já causou perdas de US$ 27 bilhões nas exportações agrícolas dos EUA de 2018 a 2019, com a soja sendo uma das mais afetadas. O Brasil se destacou ao absorver a demanda que antes era dos EUA.