Eslovênia se torna primeiro país da Europa a proibir entrada de ministros extremistas de Israel
Eslovênia toma medida inédita contra ministros israelenses, enviando mensagem clara sobre violações de direitos humanos. A ação ocorre após a falta de consenso entre países da UE para uma resposta conjunta ao conflito em Gaza.
A Eslovênia se tornou o primeiro país da União Europeia a declarar dois ministros do governo de Israel, da ala radical, como persona non grata, impedindo sua entrada no país. A informação foi confirmada pela Ministra das Relações Exteriores Tanja Fajon nesta quinta-feira, 17.
A decisão surge após a falta de consenso entre os chanceleres europeus para ações conjuntas contra Israel por violações de direitos humanos em uma reunião em Bruxelas, no dia 15.
Os ministros barrados são Itamar Ben Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças), ambos associados à coalizão mais à direita da história de Israel, liderada por Binyamin Netanyahu.
Ben Gvir e Smotrich são conhecidos por suas declarações xenófobas e racistas, com Ben Gvir indiciado várias vezes por incitação ao racismo e Smotrich defendendo planos de limpeza étnica contra os palestinos. Ambos têm histórico de ações extremistas e apoio à expansão de assentamentos israelenses ilegais.
A Eslovênia justificou a proibição afirmando que as declarações dos ministros incentivam violência extrema e violam direitos humanos. O país já havia reconhecido o Estado palestino e condenado o genocídio em discursos internacionais.
A pressão sobre Israel tem crescido, com outros países como Reino Unido e Canadá também implementando sanções contra Ben Gvir e Smotrich. A guerra em Gaza já resultou em mais de 58 mil palestinos mortos e a situação humanitária é crítica.
Ainda não houve resposta do governo israelense à decisão da Eslovênia, que frequentemente rejeita acusações de genocídio.