Escalada entre Irã e Israel paralisa inspeções nucleares e acende alerta
Reunião de emergência da AIEA busca mitigar riscos após escalada de conflitos no Irã. Suspensão das inspeções e medidas do governo iraniano agudizam incertezas sobre o programa nuclear do país.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) convocou uma reunião de emergência em Viena no dia 16, em razão da deterioração no monitoramento do programa nuclear iraniano.
A decisão segue a escalada do conflito entre Israel e Irã, que provocou bombardeios a instalações nucleares e a morte de cientistas do setor atômico iraniano.
A AIEA aprovou uma resolução que qualificou o Irã como não cooperativo com suas obrigações legais. Após isso, Israel intensificou ataques a instalações de enriquecimento em Teerã, elevando o risco de uma quebra total na fiscalização internacional.
Inspeções suspensas e alerta de segurança: O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, informou que as visitas técnicas estão suspensas até que haja garantias mínimas de segurança. O monitoramento essencial do programa nuclear iraniano foi comprometido, gerando incertezas sobre seu avanço.
Capacidade nuclear do Irã: O Irã possui cerca de 400 quilos de urânio altamente enriquecido, suficiente para produzir até 10 ogivas nucleares. Apesar dos ataques, as áreas subterrâneas de instalações como Natanz permanecem intactas.
Reação do Irã: O governo iraniano decidiu suspender a cooperação ampliada com a AIEA, analisando solicitações de acesso caso a caso. Essa decisão diminui o compromisso com o acordo nuclear de 2015. A AIEA confirmou contaminação radiológica em Natanz, mas os danos foram contidos.
Risco de corrida nuclear: A situação reacendeu o debate sobre uma corrida armamentista no Oriente Médio. O ex-negociador do acordo, Richard Nephew, alertou que o Irã pode ter agora os incentivos e o tempo para desenvolver armas nucleares.
A expectativa é que a reunião da AIEA aumente a pressão internacional para retomar a supervisão no Irã, com o risco de colapso total da fiscalização podendo significar o fim do modelo de contenção nuclear na região.