Enviado de Trump chega a Israel em busca de ajuda para Gaza e cessar-fogo
Steve Witkoff chega a Israel em meio a impasse nas negociações de cessar-fogo e crescente pressão internacional. Enquanto isso, a crise humanitária em Gaza se agrava, com relatos de mortes por fome e desnutrição.
Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos, chega a Israel nesta quinta-feira (31) com o objetivo de salvar as negociações de cessar-fogo em Gaza e enfrentar a crise humanitária no território palestino.
As negociações entre Israel e o Hamas, realizadas em Doha, terminaram em impasse na semana passada, com trocas de acusações e sem acordo sobre a retirada das forças israelenses.
Witkoff se reunirá com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em um momento de crescente pressão externa, com o Canadá prestes a reconhecer um Estado palestino.
Na quarta-feira (30), Israel respondeu a uma proposta dos EUA que prevê uma trégua de 60 dias e libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos. O Hamas não comentou.
Autoridades médicas de Gaza relataram, no último dia, a morte de pelo menos 23 pessoas por fogo israelense, incluindo 12 civis na zona de Netzarim. O Exército israelense investiga o caso.
Desde o início da guerra, o Ministério da Saúde de Gaza registrou 154 mortes por fome e desnutrição, com 89 crianças entre as vítimas.
Após imagens de crianças famintas, Israel anunciou uma pausa militar de dez horas para entrega de alimentos e remédios. A ONU informou que, mesmo com a ajuda, o volume ainda é “muito insuficiente”.
Moradores enfrentam riscos de ataques ao tentar acessar suprimentos. Um homem em Deir al-Balah relatou ter sido ameaçado ao pegar farinha.
Com mais de 60 mil palestinos mortos, a pressão sobre o Hamas aumenta. Em Israel, protestos estão previstos em Tel Aviv e Jerusalém, pedindo o fim da guerra.
Netanyahu afirma que não encerrará a guerra enquanto o Hamas não depuser as armas. A facção, por sua vez, rejeita o desarmamento.
Qatar e Egito apoiaram uma declaração conjunta da França e Arábia Saudita sobre uma solução de dois Estados, exigindo que o Hamas entregue armas à Autoridade Palestina.
Entretanto, Israel condena o reconhecimento do Estado palestino, considerando isso um prêmio ao Hamas pelos ataques de 7 de outubro de 2023, que desencadearam a guerra atual.