ENTREVISTA: O Bolsa Família precisa de uma grande reforma. Já passou da hora
A economista Laura Müller Machado analisa os impactos do Bolsa Família no mercado de trabalho, destacando que o programa protege os vulneráveis, mas desincentiva a formalização. Ela critica a falta de acompanhamento e focalização das despesas, propondo melhorias no desenho do programa para favorecer a transição ao emprego formal.
Bolsa Família e o mercado de trabalho:
A economista Laura Müller Machado afirma que o programa Bolsa Família afasta pessoas do mercado formal, apesar de proteger os vulneráveis. Segundo ela, muitas se sentem inseguras em aceitar empregos formais por medo de perder o benefício.
Laura destaca que:
- Falta de acompanhamento: As famílias não estão sendo monitoradas após o cadastro no programa.
- Focalização inadequada: Muitos que precisam do auxílio não o recebem, enquanto outros que não deveriam, recebem.
- Custo e eficácia: O gasto estimado para erradicar a pobreza é de R$ 76 bilhões, mas o orçamento do Bolsa Família supera R$ 167 bilhões.
Desafios do programa:
- A manutenção do benefício ao arrumar um emprego formal penaliza a formalização.
- As regras de transição devem ser mais suaves e comunicadas adequadamente.
- Necessidade de visitas domiciliares para melhor acompanhamento e assistência aos beneficiários.
Recomendações para melhorias:
- Utilizar tecnologia para um cadastro mais eficaz e acompanhamento ativo.
- Oferecer cursos de capacitação profissional em vez de focar apenas em transferências de renda.
- Melhorar a focalização no uso dos recursos do governo.
Desigualdade no Brasil:
A desigualdade no Brasil é alta, e a concentração de renda no topo é um problema crítico. Laura acredita que um aumento na tributação dos ricos pode ajudar, mas é essencial utilizar os recursos de forma eficiente.
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