Entrevista: Lupi admite que medidas contra fraudes no INSS demoraram a sair e diz não se sentir 'desconfortável' no governo
Ministro da Previdência se defende após investigações de fraudes bilionárias e admite demorados processos internos. Lupi nega omissão, destaca medidas já tomadas e reafirma apoio ao governo Lula.
Ministro da Previdência, Carlos Lupi, admite que houve demora em ações para combater fraudes em aposentadorias e pensões, após descobertas da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. No entanto, ele nega omissão.
A operação "Sem Desconto" investiga desvios de mais de R$ 6 bilhões por associações conveniadas ao INSS. Após as revelações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que era defendido por Lupi.
Lupi ressaltou que discussões sobre os descontos foram barradas no Conselho Nacional de Previdência Social e que denúncias foram recebidas pela Ouvidoria antes das primeiras ações. Ele defende que, apesar de ter conhecimento do problema, as ações na administração pública têm ritmo diferente.
Ele afirmou que a Instrução Normativa para coibir fraudes teve resultados, com mais de 2,4 milhões de autorizações canceladas, porém os descontos ainda cresceram devido ao assédio das associações.
A falta de biometria eficaz e a dependência da Dataprev foram citadas como limitações.
Sobre a exoneração de André Fidelis, diretor de Benefícios do INSS, Lupi alegou incompetência e mencionou que ele não havia concluído o relatório necessário. Questionado sobre a possibilidade de irregularidades, Lupi se defendeu dizendo que nunca teve processos por corrupção.
Ele busca levar a proposta de acabar com autorizações de descontos ao presidente Lula, afirmando que o INSS não deve legitimar essas práticas.
Lupi reafirmou não se sentir desconfortável no governo e confirmou que Lula continua sendo seu candidato em 2026.