Entrevista: IOF 'foi debatido na mesa do presidente, que convoca os ministros que considera pertinentes’, diz Haddad
Ministro da Fazenda recua em aumento do IOF após repercussão negativa no mercado. Fernando Haddad destaca que a medida estava em análise há mais de um ano e busca garantir a confiança de investidores.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta repercussões após anunciar congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos públicos e aumento do IOF.
Um decreto que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) gerou instabilidade no mercado. Após pressão e reações adversas, Haddad decidiu voltar atrás, retomando a isenção para investimentos no exterior feitos por fundos brasileiros.
Críticas a Haddad surgiram dentro do governo, que lamentou a falta de estratégia de comunicação. O ministro defende que as medidas são discutidas com o presidente Lula e que a regularização do IOF era um tópico já em análise há tempo.
No contexto da resistência do Congresso em aumentar receitas, Haddad observa que a revisão do gasto tributário é necessária. Ele responde às especulações sobre controle de capital, afirmando que as intenções do governo são claras.
O ministro também analisou a questão do aumento do IOF, dizendo que a reformulação foi uma resposta a um problema de comunicação.
Sobre a percepção de uma crise, Haddad acredita que o diálogo e a transparência fortalecem a reputação da equipe econômica. Ele reconhece que a inclusão da Secretaria de Comunicação é uma prerrogativa do presidente.
Haddad se vê confiante na condução do Banco Central, e manteve que ainda não são tomadas medidas sobre possíveis cortes em despesas obrigatórias, pois já há um acúmulo de atividades em análise.
O ministro menciona que o equilíbrio de poderes se plasmou em um novo contexto institucional e que isso afeta a dinâmica do governo, mas considera que o alinhamento se fortaleceu ao longo do tempo.
Haddad descarta possibilidades de sair do cargo por enquanto e reforça sua disposição de continuar cumprindo sua agenda e contribuindo para a construção do legado do governo.