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Entre 'esperança e desespero', cidade no ES que enviou carta a Trump já contabiliza demissões pelo tarifaço

Setores brasileiros de exportação já enfrentam os primeiros efeitos do tarifaço dos EUA, com quedas nas vendas e demissões. O impacto é especialmente severo para a indústria de rochas ornamentais, que depende fortemente do mercado americano.

Início do tarifaço americano afeta exportações brasileiras

A poucos dias do tarifaço americano sobre produtos brasileiros, exportadores sentem os impactos.

Entre os mais afetados, está o setor de rochas ornamentais, responsável por 56,3% das exportações do Brasil para os EUA em 2024 (US$ 1,26 bilhão), com 82% desse total vindo do Espírito Santo.

Desde o anúncio da tarifa de 50% pelo presidente Donald Trump em 9 de julho, cerca de 1.200 contêineres com produtos como granito e mármore deixaram de ser embarcados.

A empresa Lime Stone, por exemplo, demitiu mais da metade de seus funcionários devido às perdas. "Uma tarifa de 50% inviabiliza nosso negócio", afirmou Bruno Sfalsin, gestor da companhia.

O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço, expressou sua preocupação em uma carta a Trump, indicando que 700 empresas e 9.500 empregos estão em risco.

O impacto pode alcançar até 30% da arrecadação municipal. O município clama por uma redução ou isenção da tarifa para produtos como mármores e granitos.

O secretário de Comércio dos EUA mencionou que produtos selecionados poderiam ser isentos, mas sem especificar o Brasil. A carta de Ferraço não recebeu resposta até o momento.

A empresa Brothers in Granite, com um galpão em Houston, também está apreensiva. "Dependemos 110% dos EUA", disse Daniel Salume, um dos fundadores.

A Centrorochas está mobilizando para negociar uma extensão de 90 dias para o início da tarifa e buscar um acordo tarifário mais favorável.

A situação se agrava, afetando não só o setor de rochas ornamentais, mas também indústrias locais como ferro e aço, e culturas como café e mamão.

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