Entidades investigadas por desconto indevido no INSS tinham sedes vazias e falta de infraestrutura, diz CGU
Relatório da CGU revela que entidades investigadas por fraudes no INSS carecem de infraestrutura adequada para atender aposentados e pensionistas. A operação da Polícia Federal destaca a magnitude dos descontos indevidos, que somam R$ 6,3 bilhões nos últimos anos.
Investigação revela descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.
No dia 23 de abril, a Polícia Federal e a CGU conduziram uma operação contra um esquema que desconsiderou pagamentos não autorizados, resultando em um impacto de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A apuração foca em associações e sindicatos que formalizaram Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, permitindo descontos na folha de pagamento, apenas quando autorizados pelos beneficiários.
Uma auditoria da CGU em 29 entidades revelou que muitas não tinham a infraestrutura adequada para oferecer serviços prometidos, como:
- Descontos em academias
- Convênios com planos de saúde
- Auxílio funerário
Um ano antes da operação, a CGU visitou oito sedes em cinco cidades. Entre as constatações:
- A CBPA em Brasília possuía uma sala "simples" com apenas uma secretária.
- A Ambec em São Paulo tinha apenas um auxiliar administrativo.
- A AAPPS Universo em Aracaju operava em um imóvel de "médio porte e com pouco mobiliário".
- A Unaspub em Belo Horizonte parecia ser uma casa.
Entidades como a AAPB e AAPEN em Fortaleza apresentaram condições adequadas para atender localmente, mas não tinham abrangência nacional.
O Sindinapi possui uma sede de seis andares em São Paulo e afirma ter 80 subsedes pelo país.
Ambec, CBPA, AAPPS Universo, Unaspub, AAPB, Conafer e AAPEN foram contatadas mas não responderam.