Entidades aumentaram ganhos sobre beneficiários do INSS na gestão Stefanutto, aponta CGU
Relatório aponta aumento exorbitante de descontos em contas de beneficiários do INSS, especialmente sob a gestão de Alessandro Stefanutto. A CGU recomenda medidas urgentes para prevenir irregularidades e proteger os direitos dos aposentados.
Relatório da CGU revela aumento nos valores recebidos por 19 entidades que descontavam valores de contas de beneficiários do INSS durante o governo Lula e na gestão de Alessandro Stefanutto, afastado pela Justiça.
Valores recebidos:
- 2019: R$ 604,6 milhões
- 2020: R$ 510,9 milhões
- 2021: R$ 536,3 milhões
- 2022: R$ 706,2 milhões
- 2023: R$ 1,2 bilhão
- 2024: estimativa de R$ 2,6 bilhões
Stefanutto, indicado por Carlos Lupi, assumiu a presidência do INSS em 2023. Lupi declarou: "A indicação do doutor Stefanutto é de minha inteira responsabilidade".
A operação "Sem Desconto", da Polícia Federal e CGU, resultou em 211 ordens judiciais e seis mandados de prisão temporária contra 11 entidades.
Indícios de irregularidades: A auditoria aponta que os descontos ultrapassavam R$ 200 milhões mensais, indicando fragilidades nos controles do INSS.
Entre 1.273 beneficiários analisados, 97% relataram não autorizar descontos, e 72% desconheciam sua existência. O número de pedidos de cancelamento dos descontos cresceu de 22 mil em julho de 2023 para 192 mil em abril de 2024. Contudo, o INSS suspendeu os descontos de algumas entidades por curto prazo.
A CGU recomendou:
- Bloqueio cautelar de novos descontos
- Aprimoramento de procedimentos de formalização e acompanhamento
- Avaliação de riscos de descontos indevidos