Entenda por que investidores estão fugindo de ativos americanos
A crescente desconfiança em relação à economia americana leva investidores a buscarem refúgio em outras moedas fortes e ativos como o ouro. A guerra tarifária e a percepção de risco crescente continuam a impactar negativamente o dólar e os Treasuries.
Guerra tarifária prejudica ativos americanos
Desde o início da guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os ativos americanos têm enfrentado dificuldades.
Na última sexta-feira, o dólar atingiu a mínima de três anos em relação a outras moedas fortes. Os rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) continuam a subir, sinalizando uma demanda menor por esses papéis.
Essas mudanças refletem uma fuga de investidores, com crescente desconfiança sobre o futuro da economia americana. A política comercial de Trump, com tarifas impostas a importações, aumenta a percepção de uma possível recessão e aceleração da inflação.
A confiança do consumidor e as expectativas de inflação foram impactadas, como mostrado pelos dados da Universidade de Michigan.
O papel do dólar como ativo de segurança está sendo questionado, com investidores buscando refúgio em moedas como o iene, o franco suíço e o euro, que se valorizou neste cenário. O ouro também atingiu recordes acima de US$ 3 mil a onça-troy.
Embora Trump tenha anunciado a redução de tarifas "recíprocas" por 90 dias, isso não foi suficiente para evitar as penalidades nos ativos americanos. Segundo George Saravelos, do Deutsche Bank, “o estrago já foi feito.”
Os juros de longo prazo dos Treasuries aumentam, refletindo a visão de risco em relação aos EUA. Em contraste, os juros dos Bunds (títulos da Alemanha) estão em queda, indicando uma possível mudança de investimentos.
O economista-chefe da Natixis, Benito Berber, observa que os EUA estão começando a se comportar como um mercado emergente em crise. Executivos de Wall Street, incluindo Ray Dalio, alertam sobre perspectivas sombrias para a economia americana devido à guerra tarifária.
As bolsas americanas enfrentam forte volatilidade, alternando entre altas e baixas, em meio às incertezas econômicas.