Entenda o que aconteceu com Marina Silva no Senado
Ministra do Meio Ambiente se retira de audiência após ofensas de senador. Discussões acaloradas cercam projeto de flexibilização do licenciamento ambiental no Senado.
Momentos de tensão marcaram a audiência no Senado na última terça-feira (27), onde a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, debateu sobre a criação de unidades de conservação marinha no Norte e o controversial Projeto de Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021).
O convite para a audiência partiu do senador Lucas Barreto (PSD-AP), que teme que as novas unidades impeçam a exploração de petróleo. Durante a reunião, a ministra se envolveu em um bate-boca com senadores, acusando-os de falta de respeito, e decidiu deixar a sessão após uma declaração ofensiva do senador Plínio Valério (PSDB-AM).
Valério fez uma 'distinção' entre respeitar a mulher e respeitar a ministra, o que levou Marina a solicitar um pedido de desculpas. Sem respostas, ela optou pela saída, afirmando: "se, como ministra, ele não me respeita, vou me retirar."
Outro aspecto crítico da audiência foi o PL 2.159/2021, que flexibiliza o licenciamento ambiental, sendo fortemente criticado pelo Ministério do Meio Ambiente, que o considera uma ameaça à segurança ambiental e à Constituição. Entre as críticas, destaca-se a Licença por Adesão e Compromisso (LAC), que facilita o processo de licenciamento apenas por autodeclaração.
Os defensores do projeto argumentam que a flexibilização pode acelerar o desenvolvimento econômico. Um dos debates acalorados ocorreu sobre a pavimentação da BR-319, com o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmando que Marina estava dificultando o progresso do país.
A carreira política de Marina Silva começou em 1988. Ela foi a mais jovem senadora da história do Brasil, eleita em 1994. Ocupou o Ministério do Meio Ambiente de 2003 a 2008, onde teve conquistas significativas, como a redução do desmatamento da Amazônia em 60%.
Seu trabalho a rendeu reconhecimentos, incluindo o Prêmio Goldman e o prêmio norueguês Sofia, além de importância no debate sobre mudanças climáticas desde 2010. Apesar de não concorrer à presidência em 2022, continua a atuar como ministra, defendendo a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.