Entenda como funcionava a fraude no INSS aplicou golpe em aposentados e pensionistas
Demitido após investigação da PF, Alessandro Stefanutto é acusado de permitir descontos não autorizados em benefícios do INSS. Operação Sem Desconto revela esquema de fraudes que pode acarretar perdas de R$ 6,3 bilhões.
Alessandro Stefanutto foi demitido da Presidência do INSS por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A exoneração ocorreu em razão da Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF), que investiga um suposto esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Antes da demissão, Stefanutto foi afastado pela Justiça Federal, junto com cinco outros servidores. A PF cumpriu 211 mandados judiciais em 11 entidades vinculadas ao INSS.
A operação resultou em cinco prisões e uma pessoa foragida. Foram apreendidos bens como carros de luxo, quadros de arte e R$ 1 bilhão em dinheiro.
A fraude funcionava através de descontos dados a associações e sindicatos, sem autorização dos beneficiários, entre 2019 e 2024. As associações prometeram serviços como academias e planos de saúde, mas não podiam oferecê-los.
As entidades firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS, realizando descontos diretamente da folha de pagamento. A CGU revelou que 97% dos aposentados não haviam autorizado tais descontos.
Estima-se que os descontos indevidos alcançam R$ 6,3 bilhões. O dinheiro era desviado por operadores financeiros e dirigentes das entidades.
As investigações abrangem os governos de Jair Bolsonaro e de Lula, e mostraram que os valores recebidos pelas entidades aumentaram sob a gestão de Stefanutto. Em 2023, esses montantes subiram para R$ 1,2 bilhão e em 2024 chegaram a R$ 2,6 bilhões.
Após o anúncio da operação, o governo suspendeu todos os acordos que permitiam descontos nas mensalidades associativas. As investigações, iniciadas pela CGU em 2023, resultaram na exoneração de André Fidelis e na abertura de 12 inquéritos pela PF em 2025.