Entenda como funciona a Corte Internacional de Justiça, que julga as ações de Israel na Faixa de Gaza
Brasil se une à África do Sul na ação contra Israel por genocídio, intensificando o debate jurídico na CIJ. A decisão traz implicações políticas e jurídicas que podem afetar a dinâmica do conflito em Gaza.
Brasil adere ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando genocídio em Gaza. A pressão sobre Israel, que se defende como autodefesa, aumenta.
Funcionamento da CIJ: Para um caso ser analisado, os países precisam reconhecer a jurisdição do tribunal. A CIJ é o principal tribunal para casos de convenções internacionais da ONU, segundo Carolina Galib, advogada da PUC-Campinas.
A ação sul-africana baseia-se na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948), da qual ambos, África do Sul e Israel, são signatários. A CIJ já emitiu medidas provisórias exigindo que Israel previna atos de genocídio e garanta ajuda humanitária.
Complexidade da acusação: Provar genocídio requer evidências de "dolo específico", a intenção de destruir grupos. Galib aponta que isso pode ser difícil, pois a CIJ teve precedentes que não configuraram genocídio.
A adesão do Brasil ao processo funciona juridicamente e politicamente, reforçando a interpretação da convenção pela CIJ. Galib ressalta a importância do componente político nessa participação.
Consequências de uma condenação: Poderiam incluir indenizações ao povo palestino e pedidos de desculpas. Apesar da morosidade do processo, Galib nota um "despertar" nas cortes internacionais, citando mandados de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra líderes como Putin e Netanyahu.
Assim, o direito internacional se mostra ativo em um cenário geopolítico complexo, buscando reafirmar sua relevância.