Entenda como a fome em Gaza atingiu níveis catastróficos
Crianças e famílias em Gaza enfrentam uma crise de fome sem precedentes, com relatos angustiantes de desnutrição e desespero. Em resposta às crescentes pressões internacionais, Israel anunciou novas medidas para flexibilizar a distribuição de ajuda humanitária.
Imagens alarmantes da Faixa de Gaza mostram crianças esqueléticas e pais desesperados em busca de comida, aumentando a pressão sobre Israel no conflito em curso.
Diante da tragédia humanitária, o governo israelense decidiu, no último domingo (27), flexibilizar restrições ao fornecimento e distribuição de mantimentos.
A fome aumentou após o início da guerra em 7 de outubro de 2023, após um atentado do Hamas. Em resposta, Israel realiza ataques diários e impõe restrições à ajuda humanitária.
A crise humanitária intensificou-se desde março, com um bloqueio total de 11 semanas que esvaziou os estoques e aumentou a fome nos níveis sem precedentes.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos, quase um terço da população de Gaza ficou sem comer por vários dias. A Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar afirma que 2,3 milhões de habitantes estão em risco, com 470 mil enfrentando "níveis catastróficos" de fome.
A situação é incerta devido à destruição da infraestrutura local e à proibição de jornalistas no território. O Ministério da Saúde local reportou 127 mortes por desnutrição desde o início da guerra, incluindo 85 crianças.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, nega que Gaza enfrente uma crise de fome, afirmando que a ajuda humanitária está sendo enviada e acusando o Hamas de desvio de suprimentos.
A distribuição de alimentos foi alterada, agora ocorrendo em apenas quatro locais, o que é considerado insuficiente. O Alto-Comissariado da ONU relatou que Israel matou pelo menos 410 palestinos que buscavam comida.
A Fundação Humanitária de Gaza, que realiza a distribuição, enfrenta críticas por sua ligação com Israel e Estados Unidos, e por colocar condições que desrespeitam os princípios humanitários.
Cresce a pressão internacional sobre Israel, com líderes, como o presidente francês Emmanuel Macron, reconhecendo oficialmente o Estado da Palestina.
Após críticas, Israel anunciou a criação de corredores humanitários e o relançamento do fornecimento aéreo de alimentos, embora isso tenha sido considerado "uma gota no oceano" pelos oficiais da ONU.