Entenda atuação e potenciais riscos de novo remédio contra Alzheimer
Medicamento aprovado pela Anvisa promete atacar a causa do Alzheimer, mas apresenta riscos e limitações. A eficácia do donanemabe é destacada, mas o alto custo e preocupações sobre efeitos colaterais podem restringir seu acesso no Brasil.
Anvisa aprova donanemabe, novo medicamento para Alzheimer em estágios iniciais. A aprovação ocorreu em 22 de abril e representa um avanço na terapia imunológica visando reduzir depósitos de proteína no cérebro.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, com cerca de 70% dos casos no Brasil. Um relatório de setembro de 2024 revela que 8 em cada 10 pacientes não são diagnosticados e, portanto, não recebem tratamento adequado.
O diagnóstico inicial é feito por queixas de familiares sobre esquecimento e dificuldades de memória. A idade é um fator crítico, com 8,5% da população acima de 60 anos enfrentando demência, projetando um aumento significativo até 2050.
O donanemabe atua removendo placas de beta-amiloide, ao contrário dos medicamentos que apenas aliviam sintomas. Com 76 semanas de uso, o donanemabe pode reduzir em até 35% a progressão da doença.
Limitações: o uso do donanemabe pode não ser eficaz em estágios moderados ou graves da doença. Raros efeitos colaterais, como ARIA, foram observados em 1,6% dos participantes durante os testes, resultando em 3 mortes.
Pessoas com o gene ApoE ε4 têm maior risco de efeitos colaterais. A avaliação que determina a elegibilidade para o tratamento inclui testes genéticos e de imagem. Anticoagulantes podem contraindicar o uso do medicamento.
Na Europa, o donanemabe não recebeu aprovação devido a riscos que superam benefícios, segundo o CHMP. Autoridades em outros países já aprovaram a droga, mas seu alto custo pode limitar o acesso no Brasil. A Eli Lilly, fabricante do medicamento, ainda não definiu preços em território nacional.
A neurologista Polyana Piza acredita que a aprovação do donanemabe oferece uma nova opção, incentivando diagnósticos precoces, essenciais para o tratamento eficaz. Agência Einstein reportou as informações.