Entenda as repercussões dos ataques de Israel para o programa nuclear do Irã
Ataques israelenses danificam instalações nucleares no Irã, mas questões sobre o programa nuclear permanecem. Especialistas alertam para o risco de fortificações subterrâneas e desvio de urânio enriquecido.
Bombardeios israelenses, realizados desde a última quinta-feira (12), danificaram o programa nuclear iraniano.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que a parte externa da planta de enriquecimento de urânio de Natanz foi destruída.
Estruturas elétricas do local também foram afetadas. No entanto, não houve ataque à sala subterrânea da planta principal, mas o corte de eletricidade pode ter prejudicado as centrífugas.
O Instituto para a Ciência e Segurança Internacional apontou danos significativos, conforme imagens de satélite. A outra planta, Fordo, não registrou danos.
Quatro edifícios foram atingidos na instalação nuclear de Isfahan, incluindo um laboratório central de química e uma planta de conversão de urânio.
O pesquisador Ali Vaez destacou que, embora Israel possa danificar o programa nuclear, é improvável que o destrua sem assistência militar americana.
Sobre as reservas de urânio enriquecido, ainda não se sabe se foram transferidas para instalações secretas, o que poderia deslocar a vantagem para o Irã.
A AIEA não detectou aumento nos níveis de radiação nas plantas afetadas, mas alerta que um ataque à usina de Bushehr poderia ter consequências graves.
Após a retirada dos EUA do acordo nuclear em 2018, o Irã aumentou seu enriquecimento de urânio, possuindo atualmente 408,6 kg a 60%, se aproximando da meta para armas nucleares.
A AIEA lamenta a falta de cooperação do Irã, mas afirma não ter indícios de um programa nuclear com intenção de armas.
Os especialistas alertam que, apesar de os ataques terem causado recuos técnicos, a política do Irã pode se aproximar das armas nucleares, com um risco de desvio de urânio.
Com informações da AFP
Publicado por Nátaly Tenório