Energia limpa supera 40% da geração global com crescimento recorde em 2024
O aumento na geração de energia limpa destaca a transição para fontes renováveis em um cenário global marcado por crises climáticas e crescimento da demanda. Brasil se destaca como líder na geração solar, superando a Alemanha e contribuindo para um novo recorde mundial.
Conquista da Energia Limpa em 2024: A energia limpa alcançou 40,9% da geração global de eletricidade, superando pela primeira vez os 40% desde os anos 1940. O Brasil se destacou como o quinto maior gerador de energia solar do mundo, ultrapassando a Alemanha.
O relatório anual da Ember revela que, pela primeira vez, as fontes eólica (8,1%) e solar (6,9%) superaram a hidrelétrica (14,3%), impactada por secas globais. A geração de energia limpa em 2024 foi 49% maior que a de 2022 (858 TWh).
Apesar do progresso, os combustíveis fósseis seguem dominando, com carvão (34,4%) e gás (22%) à frente. Emissões de CO2 cresceram 1,4%, totalizando 223 milhões de toneladas. O estudo destaca que o crescimento de energia suja é impulsionado pela crise climática, que aumentou a demanda por refrigeração e ar-condicionado.
Em 2024, o ano mais quente já registrado, a demanda global por energia ultrapassou 30.000 TWh. As fontes renováveis atenderam três quartos desse aumento, com a energia solar cobrindo 40% do consumo extra. Nicolas Fulghum, autor do relatório, ressalta a rápida evolução da energia solar, tornando-a acessível e flexível.
A geração solar dobrou a cada três anos desde 2012, e seu crescimento em 2024 (474 TWh) foi o maior já registrado. Fulghum acredita na continuidade desse crescimento para atender à demanda até 2030, apesar das incertezas relacionadas ao aumento do consumo associado à inteligência artificial.
A América Latina é vista como potencial destino para investimentos em energia limpa, com o nordeste brasileiro apresentando excesso de geração. A energia solar já é a fonte mais barata, trazendo segurança e benefícios financeiros em um cenário de mudanças climáticas.
O Brasil exemplifica a colheita de frutos de uma decisão de investimento em energias renováveis feita há duas décadas. Com um crescimento anual de 5% na demanda elétrica, o país se tornou o menor emissor per capita do G20 e o terceiro em aumento de geração eólica e solar em 2024.