Encarregado dos EUA expressa interesse americano em minerais estratégicos do Brasil
Estados Unidos expressam interesse em minerais críticos brasileiros durante encontro com representantes do setor. O governo americano busca diversificar fornecedores para reduzir a dependência da China e fortalecer acordos estratégicos.
Encontro entre EUA e Ibram: O encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, afirmou que o governo americano tem interesse em materiais críticos no Brasil.
O assunto foi debatido em um encontro com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) nesta quinta-feira (24). Escobar manifestou atenção à Política Nacional de Minerais Críticos que o Brasil está elaborando.
O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) ressaltou que o plano está em fase final. Escobar não mencionou ligação direta com o tarifaço de Donald Trump, mas o tema pode ser discutido em futuras negociações.
Representantes empresariais ressaltaram que o interesse dos EUA deve ser comunicado oficialmente ao governo brasileiro, que detém decisão sobre o uso do subsolo nacional. Atualmente, não há impedimentos para empresas americanas atuarem no setor.
Escobar também falou sobre uma missão empresarial brasileira ao mercado americano, prevista para setembro ou outubro, considerando o prazo do tarifaço que termina em 31 de julho.
Os materiais críticos, fundamentais para setores como energia limpa e defesa, incluem lítio, cobalto, níquel, grafite, nióbio e terras raras.
Os EUA buscam diversificar seus fornecedores desses minerais, reduzindo a dependência da China, que domina a produção global. O Brasil, com reservas desses materiais, é visto como parceiro estratégico, embora tenha baixa capacidade de refino.
Em 2024, os EUA foram o 12º maior importador de minérios do Brasil, com destaque para ouro, pedras naturais e nióbio.
O Ibram observou o tarifaço com preocupação, repudiando a imposição unilateral que prejudica o ambiente de negociação no comércio internacional de minérios. A instituição alertou sobre os impactos das tarifas no setor mineral, que é crucial para a balança comercial brasileira.