Encargos da CDE somarão R$ 46,8 bi na conta de luz em 2025
Aumento significativo no orçamento da CDE reflete na conta de luz dos consumidores em 2025. A reforma do setor elétrico e a ampliação da Tarifa Social são os principais fatores para a elevação dos encargos.
A CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) terá um orçamento de R$ 49,2 bilhões em 2025, alta de 32% em relação a 2024.
Desse total, R$ 46,8 bilhões serão pagos pelos consumidores, através de encargos nas contas de luz.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) estima um impacto médio de 5,76% nas tarifas para consumidores cativos de baixa tensão no Sul, Sudeste e Centro-Oeste e de 3,85% nas regiões Norte e Nordeste.
Um dos principais fatores para o aumento foi a ampliação da Tarifa Social, que agora oferece desconto de 100% na parcela de consumo de até 80 kWh/mês para famílias de baixa renda. Essa medida, parte da MP nº 1.300/2025, adicionou R$ 1,15 bilhão à conta e começou a valer em julho.
Além disso, os custos da geração distribuída cresceram significativamente, com um subsídio revisado de R$ 3,6 bilhões para 2025, representando um aumento de 118% em relação ao ano anterior.
Os descontos tarifários para fontes incentivadas, como eólica e solar, vão consumir R$ 13,7 bilhões, alta de R$ 3,5 bilhões frente a 2024.
O programa Luz para Todos receberá R$ 3,91 bilhões, aumentando em 57% em relação ao ano passado.
A CDE também financia políticas públicas, representando cerca de 12% da conta de luz. Para conter o avanço dos custos, o governo federal editou uma Medida Provisória em julho, estabelecendo um teto para o crescimento da CDE a partir de 2026.
A proposta fixa limites de despesas nominais; se as receitas forem insuficientes, um encargo será criado, a ser pago pelos beneficiários da CDE, exceto programas sociais e geração em sistemas isolados.