Empresas solares chinesas reduzem presença nos EUA após Trump cortar incentivos
Empresas chinesas de energia solar reavaliam operações nos EUA após a nova lei fiscal de Trump, que corta incentivos. A JA Solar e a Trina Solar já venderam fábricas, enquanto outras consideram a possibilidade de reestruturação em face das novas restrições.
Empresas chinesas de energia solar estão se retirando dos Estados Unidos após a nova lei de impostos e gastos do governo Trump, que eliminou incentivos para projetos ligados à China.
Nos últimos sete meses, JA Solar e Trina Solar venderam suas fábricas, enquanto outras empresas reavaliam sua presença no país.
A lei, sancionada em julho, proíbe entidades de propriedade chinesa de receber créditos tributários para produção de tecnologias de energia limpa, afetando empresas com até 40% de participação chinesa.
Um executivo da indústria comentou que a mudança pode impactar profundamente os fundamentos econômicos.
A JA Solar vendeu sua fábrica de painéis em abril para a Corning por mais de US$ 225 milhões, visando evitar tarifas alfandegárias altas. A fábrica, avaliada em US$ 60 milhões, tem produção de 2 gigawatts e começará operações em 2024.
A Trina Solar vendeu sua fábrica de 125 mil metros quadrados para a T1 Energy, mantendo 9,9% de participação. Há também uma fábrica de 5 gigawatts em Ohio, parte de um projeto conjunto com a Longi e a Invenergy.
Executivos chineses afirmam que a nova legislação aumentou a incerteza na fabricação nos EUA. A Boviet Solar, subsidiária da Boway Group, está reavaliando sua estrutura para cumprir com novas regulações.
Apesar das restrições, o mercado americano continua atraente devido à demanda crescente por energia relacionada à inteligência artificial e melhores margens de lucro.
A rápida expansão da indústria chinesa de energia solar foi causada por subsídios governamentais, mas uma superprodução levou a quedas de preços e prejuízos, como os US$ 223 milhões perdidos pela JA Solar no primeiro trimestre de 2025.
A resposta dos EUA incluiu tarifas de até 3.500% sobre importações solares chinesas, e muitos fabricantes começaram a estabelecer operações nos EUA, buscando benefícios da Lei de Redução da Inflação de 2022.
Controvérsias surgiram sobre se empresas chinesas deveriam receber subsídios dos contribuintes americanos, levando a preocupações sobre segurança nacional.
Críticos sugerem que as novas restrições podem prejudicar o desenvolvimento das energias limpas nos EUA e aumentar a dependência de importações chinesas. O Bipartisan Policy Group adverte que isso pode reduzir investimentos e competição, enquanto o diretor-executivo da Coalizão de Fabricantes de Energia Solar dos EUA expressou preocupações sobre riscos para contratos e empregos locais.