Empresas dos EUA que absorveram efeitos das tarifas de Trump veem queda nos lucros
Montadoras enfrentam desafios financeiros com tarifas elevadas, mas ainda mantêm preços estáveis. A General Motors prevê um impacto significativo em seus lucros devido a essas medidas, sem repassar custos aos consumidores por enquanto.
Tarifas do governo Trump impactam empresas nos EUA. Apesar da pressão, preços ainda se mantêm estáveis.
General Motors e Stellantis reportaram prejuízos financeiros. A GM enfrentou um impacto de US$ 1,1 bilhão devido às tarifas e prevê um total de US$ 5 bilhões para o ano. Lucro líquido da GM caiu para US$ 1,9 bilhão, uma redução de 34% em relação ao ano anterior, apesar do aumento de 7,3% nas vendas.
A Stellantis relatou custos de tarifas de cerca de US$ 350 milhões no primeiro semestre. Professor David Bieri alerta que as montadoras estão subsidiando os compradores e isso não é sustentável.
Erin Keating, analista da Cox Automotive, destaca a "desconexão" entre os custos crescentes e os preços estáveis. Concessionárias relatam aumento na busca por carros devido ao medo de altas de preços.
Estima-se que as montadoras repassarão 80% dos custos das tarifas aos consumidores. Bieri considera a situação da GM um sinal de alerta, já que a empresa depende da produção estrangeira.
GM está investindo US$ 4 bilhões em fábricas nos EUA, mas isso levará 18 meses para gerar efeitos. Trump impôs uma tarifa de 25% sobre peças automotivas, sem objeções a aumentos de preços.
Outras empresas afetadas pelas tarifas incluem a Halliburton, com redução de lucros de US$ 27 milhões no segundo trimestre. Enquanto isso, o Grupo Bossard aumentou seus preços em 10% a 30%.
Economistas acreditam ser cedo para ver tarifas nos preços ao consumidor, e algumas empresas estão absorvendo custos para não afastar consumidores. A incerteza sobre tarifas e a pressão de Trump também estão inibindo aumentos de preços. A possibilidade de aumentos de até US$ 10 mil pode desencadear queda nas vendas de veículos.
A expectativa é que montadoras utilizem o lançamento de modelos de 2026 para ajustar preços, considerando que carros são bens duráveis e as famílias podem adiar a compra.