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Empresas de criptomoedas criticam possibilidade de taxação com IOF

Setor de criptomoedas contesta a legalidade da cobrança de IOF em transações com criptoativos. Representantes da área alertam sobre os riscos regulatórios e defendem que a tributação deve ser baseada em legislação aprovada no Congresso.

Empresas de criptomoedas opõem-se à cobrança de IOF em suas transações, após o aumento da alíquota pelo governo. A preocupação com o uso de stablecoins para contornar o imposto cresceu, levando representantes do setor financeiro a defender sua taxação.

Daniel de Paiva Gomes, advogado e conselheiro da ABcripto, argumenta que a cobrança de IOF sobre criptoativos seria ilegal, pois apenas uma lei aprovada no Congresso pode definir novos ativos como tributáveis. Para ele, um decreto governamental não é suficiente para estabelecer tal mudança.

A polêmica começou com a declaração de Mário Mesquita, economista do Itaú, que sugeriu taxar criptoativos para compensar a perda de arrecadação do IOF. Ele destacou que o ideal seria não ter IOF, mas não faz sentido isentar criptomoedas.

Paiva explicou que não há isenção automática para criptoativos, citando o Marco de Criptoativos (Lei 14.478/2022), que distingue ativos virtuais de moedas nacionais e internacionais, impossibilitando a incidência do IOF.

Emmanuel Abrantes, advogado, acrescentou que o IOF só poderia ser aplicado se criptoativos fossem usados para mascarar operações de câmbio. Exemplos como a compra de títulos estrangeiros com reais e venda para recebimento em dólares podem levar a penalizações da Receita Federal.

Fabrício Tota, do Mercado Bitcoin, refutou a ideia de que stablecoins são usadas principalmente para evasão fiscal, afirmando que a maioria dos usuários não realiza saques para fora da plataforma, mas investe no ativo.

Lorena Botelho, advogada, alertou sobre a heterogeneidade do mercado, pois stablecoins podem ter finalidades distintas, envolvendo riscos regulatórios. Se incluídas como ativos tributáveis, o impacto sobre transações com stablecoins seria significativo.

Vanessa Butalla, do MB, reforçou que criptoativos são considerados bens pela Receita, semelhantes a imóveis, e que a proposta de taxação de IOF deve ser discutida cuidadosamente. O MB busca dialogar com associações e legisladores para barrar essa medida, já que o presidente da Câmara, Hugo Motta, sugeriu a taxação de criptomoedas como compensação do IOF.

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