Empresas colocam pé no freio nas ações de marketing no Brasil para o mês do orgulho LGBTQIA+
A redução drástica de contratos com influenciadores LGBTQIA+ traz preocupações sobre o comprometimento das marcas com a diversidade. Especialistas apontam que a polarização política e receios de backlash estão impactando negativamente as campanhas de inclusão.
Pepita, cantora trans, teve queda drástica em contratos para o Mês do Orgulho LGBTQIA+, fechando apenas um em 2023, após realizar até 17 campanhas em um mês em anos anteriores.
Especialistas citam que o contexto brasileiro é distinto do norte-americano, onde empresas diminuíram a dedicação às políticas de diversidade e inclusão após a volta de Donald Trump ao poder.
Fátima Pissarra, da agência Mynd, afirma que o cenário polarizado a partir da eleição de 2022 provocou recuo no uso de influenciadores LGBTQIA+, com queda de 90% nas contratações.
Eventos como a Parada do Orgulho LGBT+, marcada para o dia 22, ainda recebem apoio, mas a percepção é de que investimentos são insuficientes.
Nomes como Doritos e Burger King reduziram ou suspenderam patrocínios, enquanto a Uber não prevê ações para este Mês do Orgulho.
Por outro lado, a L'Oréal decidiu aumentar seu compromisso, patrocinando o evento e promovendo atividades em defesa da comunidade.
Outras marcas, como Smirnoff e Amstel, mantêm presença ativa em eventos deste mês, reafirmando seu apoio histórico à comunidade LGBTQIA+.
O mês de junho é emblemático em homenagem à rebelião de Stonewall, que ocorreu em 1969.