HOME FEEDBACK

Empresas chinesas aumentam compras de minas no exterior em 2024

Investimentos de empresas chinesas em mineração no exterior atingem recorde histórico, refletindo a busca por recursos em meio a tensões geopolíticas. Com um foco em nações em desenvolvimento, o cenário de fusões e aquisições está cada vez mais competitivo, especialmente diante de uma nova abordagem do governo chinês.

Empresas chinesas adquiriram 10 minas no exterior em 2024, somando R$ 541 milhões, o maior volume da história do país, segundo dados da S&P e Mergermarket pelo Financial Times.

Esse movimento é parte da estratégia da China para garantir matérias-primas essenciais em um cenário de tensão geopolítica. O objetivo é finalizar investimentos antes de enfrentar maior resistência em mercados como Canadá e EUA.

Um estudo do Griffith Asia Institute (GAI) aponta que 2024 teve a maior atividade para investimentos chineses em mineração e construção no exterior desde 2013.

Grupos mineradores chineses como CMOC, MMG e Zijin Mining lideram as aquisições, competindo globalmente por ativos estratégicos. Empresas ocidentais, como Appian Capital Advisory, aparecem frequentemente como vendedoras.

Christoph Nedopil, diretor do GAI, afirma que os investimentos em mineração estão alinhados com a transição da China para manufatura de alta tecnologia, como baterias e energia renovável.

  • A Zijin Mining planeja comprar uma mina de ouro no Cazaquistão por US$ 1,2 bilhão (R$ 6,49 bilhões) em 2025.
  • A Baiyin Nonferrous Group adquiriu a mina Mineração Vale Verde no Brasil por US$ 420 milhões (R$ 2,27 bilhões).

As operações focam em países ricos em recursos minerais, com ênfase em nações em desenvolvimento da África e da América Latina. Entretanto, Canadá e Austrália estão se tornando mais cautelosos com os investimentos chineses.

Michael Scherb, da Appian Capital Advisory, observou que houve “mais atividade nos últimos 12 meses”, pois os grupos chineses acreditam ter uma janela de curto prazo para realizar fusões e aquisições antes que a geopolítica se torne desafiadora.

Ele também destacou a mudança na abordagem do governo chinês, que agora permite que grupos competam entre si na aquisição de ativos, mostrando que não temem mais perder para o Ocidente.

Leia mais em poder360