Empresários veem tática de 'coerção tarifária' de Trump em acordos com Japão, Indonésia e Tailândia
Setores empresariais brasileiros avaliam com preocupação a aplicação da "coerção tarifária" pelos EUA, que pode afetar acordos comerciais. A ameaça de altas tarifas elevou as tensões entre os dois países, enquanto o governo brasileiro busca alternativas para mitigar os impactos.
Empresários brasileiros estão preocupados com a tática de coerção tarifária utilizada pelos EUA sob o governo Trump, que impõe altas sobretaxas seguidas de acordos comerciais. Essa estratégia tem causado incertezas em relação à possibilidade de aplicação no Brasil, especialmente diante de uma sobretaxa de 50%.
Recentes acordos bilaterais dos EUA, que incluem a eliminação de tarifas com Indonésia, Japão e Tailândia, demonstram que o governo norte-americano recorre a altas tarifas para pressionar países a aceitarem condições desfavoráveis.
No caso da Indonésia, a ameaça de uma tarifa de 19% levou o governo a abrir seu mercado, eliminando 99% das tarifas sobre produtos americanos. Já o Japão aceitou abrir seu mercado em troca de uma redução de tarifas sobre automóveis de 25% para 15% e se comprometeu com investimentos nos EUA.
A Tailândia também cedeu a uma ameaça de tarifa de 36% e fez compromissos comerciais com os EUA. Essas negociações refletem uma nova abordagem dos EUA, que combina tarifas punitivas com exigências regulatórias.
No Brasil, as negociações estão paralisadas e não há sinais de progressão com o governo americano, que assinalou que a situação é controlada pela Casa Branca. Desta forma, o Brasil permanece sob a pressão de tarifas elevadas, enquanto seu setor produtivo se mobiliza para tentar mitigar os impactos.
O advogado Welber Barral alerta sobre a necessidade de ação rápida e técnica do setor produtivo para proteger os interesses do país diante da pressão norte-americana.
As atualizações sugerem uma possível reciprocidade, que poderia afetar negativamente as empresas de ambos os lados, aumentando a urgência nas negociações.