Empresários e banqueiros pedem freio nos gastos e alertam para dívida crescente
Banqueiros e empresários pedem ajustes nas contas públicas e veem oportunidade para reformas estruturantes. Reunião entre o ministro da Fazenda e líderes do Congresso visa debater propostas para aumento do IOF e revisão de incentivos fiscais.
Desequilíbrio fiscal é o foco das preocupações de banqueiros e empresários durante evento no Guarujá, SP.
Eles pedem um ajuste nas contas públicas, considerando o momento uma oportunidade para consenso em reformas estruturantes.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá com líderes do Congresso para discutir alternativas ao aumento do IOF, devido a previsões de receita abaixo do esperado. As propostas incluem a revisão de incentivos fiscais e desvinculação de pisos constitucionais.
André Esteves, do BTG Pactual, observa uma mudança de mentalidade: "A sociedade está ganhando consciência de que não temos espaço para expansão de gastos."
O CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, destaca a necessidade de coragem para enfrentar reformas e alerta sobre o crescimento da dívida pública. Ele acredita que o diálogo está se expandindo.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, ressalta que, apesar de um cenário econômico positivo, a questão fiscal é inadiável para o futuro. Ele pede engajamento do setor privado no ajuste fiscal.
Wesley Batista, da J&F, afirma que o ajuste via receita atingiu seu limite e sugere a revisão de gastos sociais.
Sobre os juros, Esteves e Maluhy relacionam a alta da Selic com a situação fiscal, dizendo que são um mal necessário devido à inflação. Esteves compara a atual política monetária e fiscal a "dirigir com um pé no freio e outro no acelerador".
Ele também menciona que a expectativa é de que o Copom aumente a Selic a 15% na próxima reunião.