Empresa de suco de laranja dos EUA processa governo Trump por tarifas contra o Brasil
Distribuidora de suco de laranja questiona a legalidade das tarifas impostas pelo governo Trump. A empresa argumenta que as taxas elevadas prejudicariam significativamente seus custos e o mercado americano.
Distribuidora de suco de laranja dos EUA, Johanna Foods, processa a decisão do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre sucos de laranja do Brasil a partir do próximo mês.
A empresa alega que as justificativas de Trump, que incluem apoio a Jair Bolsonaro, não constituem ameaças “incomuns e extraordinárias” que permitiriam contornar o poder de tributação do Congresso.
Estima-se que as tarifas elevarão os custos de suco de laranja não concentrado em US$ 68 milhões nos próximos 12 meses, aumentando também os preços de varejo entre 20% e 25%.
A Johanna Foods apresentou o caso no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA em 18 de agosto. Um tribunal federal de recursos já permitiu a aplicação de tarifas globais de Trump e vai ouvir os argumentos no final do mês.
O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, defendeu o uso de poderes tarifários como legais e justos, visando proteger os trabalhadores americanos e a segurança nacional.
No centro da ação judicial está uma carta de 9 de julho enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anunciou a tarifa como resposta a ações relacionadas a Bolsonaro e questões comerciais entre os países.
A Johanna Foods argumenta que a carta não é uma ordem executiva formal nem declarou uma “emergência nacional”, fazendo referência a questões antigas, e não a uma nova ameaça econômica.
Os advogados da empresa afirmaram que a tarifa representa uma “ameaça existencial” aos negócios, e o processo foi movido também em nome da Johanna Beverage, do estado de Washington.
Um advogado da Johanna Foods se recusou a comentar, e a Casa Branca não respondeu imediatamente.