Emissões no mercado de capitais somam R$ 328 bi, 2º maior nível da série histórica
O desempenho das emissões no mercado de capitais permanece forte, superando expectativas de recuo. Embora a ameaça de tributação de títulos isentos esteja no radar, o volume de debêntures incentivadas alcançou recorde e a participação de empresas abertas nas emissões caiu, indicando democratização no acesso ao mercado.
Emissões no Mercado de Capitais
No primeiro semestre de 2025, o volume de emissões no mercado de capitais foi de R$ 328,4 bilhões, o segundo maior desde 2012, segundo a Anbima.
O presidente da Anbima, Guilherme Maranhão, destacou que, apesar da expectativa de recuo, o volume se manteve saudável, com o mercado se consolidando como um importante instrumento de financiamento.
As emissões foram distribuídas da seguinte forma:
- Renda fixa: R$ 302 bilhões
- Híbridos: R$ 22,7 bilhões
- Renda variável: R$ 3,7 bilhões
Em relação às debêntures incentivadas, o volume alcançou R$ 74,5 bilhões, com 66% isentos, especialmente nas áreas de energia elétrica e transporte.
As empresas abertas perderam participação, caindo de 68% em 2021 para 53% das emissões. O volume de negociação de debêntures no mercado secundário também dobrou, atingindo R$ 410,1 bilhões.
Os fundos de investimento representaram 39,5% do volume subscrito. O prazo médio das debêntures incentivadas subiu para 12,8 anos, refletindo uma maturidade do mercado.
A queda de emissão de CRIs e CRAs reduziu o total de incentivados de R$ 120,7 bilhões para R$ 112,5 bilhões. Já os FIDCs cresceram de R$ 37,3 bilhões para R$ 40,6 bilhões.
No mercado externo, a captação em renda fixa foi de US$ 17,2 bilhões, a maior desde 2014. O governo federal tem atuado como um emissor frequente.
Em renda variável, apenas quatro ofertas subsequentes totalizaram R$ 3,7 bilhões. Mindof destacou o crescimento das notas comerciais, com R$ 29,5 bilhões no semestre.
A expectativa para o segundo semestre é um avanço entre 5% e 10% nas emissões.