Emissões no mercado de capitais somam R$ 328 bi, 2º maior nível da série histórica
Emissões no mercado de capitais superam expectativas no primeiro semestre de 2025, consolidando o setor como uma ferramenta vital de financiamento. A tributação de títulos isentos a partir de 2026 gera incerteza, mas emissores se preparam para possíveis mudanças.
Emissões no mercado de capitais: R$ 328,4 bilhões no 1º semestre de 2025, segundo maior da série histórica (iniciada em 2012), conforme a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Expectativa inicial era de recuo, mas volume se manteve saudável, consolidando o mercado como um importante instrumento de financiamento, segundo Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais.
Tributação: Ameaça de 5% sobre títulos isentos a partir de 2026 pode gerar corrida entre emissores. Maranhão alerta que emissores estão preparados para acessar o mercado rapidamente.
Distribuição das emissões:
- Renda fixa: R$ 302 bilhões
- Híbridos: R$ 22,7 bilhões (incluindo fundos imobiliários e Fiagros)
- Renda variável: R$ 3,7 bilhões
Debêntures incentivadas: R$ 74,5 bilhões, 66% isentas. Setores de energia elétrica e transporte e logística representaram 40% desse volume.
Participação das empresas abertas: caiu de 68% em 2021 para 53% no 1º semestre de 2025, indicando democratização do acesso ao mercado.
Negociação no mercado secundário: debêntures atingiram R$ 410,1 bilhões, o dobro das ofertas no primário, com demanda crescente.
Fundos de investimento: responsáveis por 39,5% do volume subscrito. O prazo médio das debêntures aumentou para 12,8 anos.
Queda em CRIs e CRAs: total de R$ 112,5 bilhões, de R$ 120,7 bilhões no 1º semestre de 2024. Parte da queda atribuída a restrições do Conselho Monetário Nacional (CMN).
FIDCs: representaram 42,8% do total captado, com crescimento de R$ 40,6 bilhões. Grande pulverização, com 82,2% das operações menores que R$ 100 milhões.
Captação externa: Renda fixa atingiu US$ 17,2 bilhões no 1º semestre, a maior desde 2014. Maranhão prevê volumes maiores até o fim do ano.
Renda variável: apenas quatro ofertas subsequentes totalizando R$ 3,7 bilhões, queda em relação ao ano anterior. Expectativa de queda de juros segue.
Crescimento das notas comerciais: de R$ 13 bilhões para R$ 29,5 bilhões. Entretanto, a tendência de aumento será menor, entre 5% a 10% no segundo semestre.