Emissões de companhias aéreas europeias estão próximas de passar níveis pré-pandemia
Emissões de companhias aéreas da Europa devem ultrapassar os níveis de 2019, refletindo a dificuldade do setor em se adaptar a normas ambientais mais rigorosas. Executivos do setor pedem flexibilidade nas regras de combustíveis sustentáveis e na precificação de carbono.
Companhias aéreas europeias: emissões de CO2 devem atingir 195,2 milhões de toneladas em 2023, 4% acima dos níveis de 2019.
A previsão é do grupo ambiental Transport & Environment. As emissões aumentaram de 187,6 milhões de toneladas em 2022, com a recuperação após a pandemia.
As empresas se comprometeram a atingir zero emissões líquidas até 2050 através de novas tecnologias e combustíveis alternativos. Contudo, reclamam do alto custo e baixa produção de combustível sustentável para aviação (SAF).
Executivos de grandes companhias, como Ryanair e Lufthansa, pediram à UE para adiar exigências de SAF, considerando impossível aumentar de 2% este ano para 6% até 2030, com a produção atual.
Regras do Reino Unido exigem 10% até 2030, o que também é desafiador. Executivos solicitaram também flexibilização dos esquemas de precificação de carbono.
A UE ressaltou que o aumento dos voos destaca a necessidade de ações climáticas, já que a aviação é responsável por 4% das emissões de gases do bloco.
A Eurocontrol prevê que o tráfego aéreo na UE ultrapasse os níveis de 2019 até o primeiro semestre de 2025.
A Comissão Europeia está revisando seu Sistema de Comércio de Emissões (ETS), atualmente limitado a voos dentro da Europa, enquanto voos internacionais estão sob o esquema Corsia, com tarifas mais baratas.
Analistas alertam que expandir o ETS para todos os voos enfrentaria resistência, especialmente dos EUA, com custos estimados em 7,5 bilhões de euros no ano passado.
Krisztina Hencz da T&E mencionou que a revisão do ETS é uma oportunidade para incluir todas as emissões aéreas e chamou a atenção sobre a indústria evitando o verdadeiro custo de sua poluição.
Já a Airlines4Europe defende que o setor europeu lidera a descarbonização da aviação, alertando que restrições adicionais podem impactar a liderança europeia na aviação limpa.