Embora doloroso, recuo na agenda ESG pode fortalecer movimento, diz John Elkington

John Elkington, especialista em sustentabilidade, afirmou que as pressões sobre a agenda ESG (ambiental, social e governança) podem fortalecê-la, apesar da atual recessão. Ele fez essa declaração durante o “Fórum de Sustentabilidade” da Amcham, em São Paulo, nesta segunda-feira (28).

Elkington, criador do conceito Triple Bottom Line, destacou que estamos em um período desafiador, mas temporário. “Essa retração, embora dolorosa, será benéfica”, disse ele, prevendo uma volta mais forte da agenda ESG.

Ele apontou que a resistência às agendas de sustentabilidade não é nova, citando protestos na União Europeia contra restrições ambientales. Isso, segundo ele, alimenta a recessão na sustentabilidade.

Embora os desafios persistam, Elkington observou que as preocupações ambientais entre os cidadãos americanos permanecem estáveis, o que é um sinal positivo. No entanto, ressaltou que a agenda precisa ser redefinida diante da desglobalização acelerada.

Ele também mencionou que desafios como resiliência climática e tarifas comerciais vão exigir adaptação das cadeias produtivas e cidades. A ideia de regeneração será crucial para recuperar o caminho da sustentabilidade.

Elkington criticou a retirada dos EUA do Acordo de Paris, afirmando que isso foi “pouco inteligente”, especialmente frente ao aumento de desastres climáticos.

No que tange ao Brasil, ele falou sobre a COP 30 em Belém, ressaltando a importância do país não apenas nas questões climáticas, mas também por sua riqueza em recursos naturais.

“As pessoas estarão focando nesse lado da sua história tanto quanto na agenda de mudanças climáticas”, concluiu Elkington, referindo-se a uma recente narrativa que destaca a sustentabilidade do Brasil.