Em uma tempestade de tarifas, muitas empresas veem a China como o porto mais seguro
Tarifas impostas por Trump não trazem o efeito desejado e fazem empresas optarem por continuar na China. A imprevisibilidade nas políticas comerciais leva à manutenção de parcerias de longa data em vez de mudanças na cadeia de suprimentos.
Tarifas de Trump incentivam empresas a permanecer na China
Apesar das tarifas adicionais impostas pelo presidente Donald Trump à China, algumas empresas estão optando por se estabelecer no país, contrariando suas intenções. Desde 9 de outubro, as novas tarifas sobre a China ultrapassam 100%.
Trump também aumentou as tarifas sobre outros países asiáticos, o que, surpreendentemente, fez a China se tornar um centro de produção ainda mais atraente. O caos no cenário comercial gerou cautela nas empresas, que preferem manter suas relações tradicionais com fornecedores chineses.
Travis Luther, da MOSO Pillow, afirmou que a estratégia atual é "fazer a China funcionar". Muitos empresários não estão buscando diversificar, mas sim reduzir custos e desenvolver novos produtos com parceiros na China.
Embora as tarifas visem trazer a fabricação de volta aos EUA, a capacidade e velocidade de produção da China tornam essa proposta difícil. Mudar fornecedores é um processo demorado e caro, desmotivando as empresas a deixar a China.
Segundo análise do banco Nomura, tarifas altas nos países vizinhos diminuem o incentivo para realocar fábricas. O mercado atual está levando as empresas a manter o status quo na fabricação, visto que a incerteza política impede decisões de longo prazo.
Sarah Massie, consultora de comércio exterior, destacou que com tarifas severas globais, as empresas relutam em buscar novas alternativas, já que, pelo menos, os fornecedores chineses são conhecidos e confiáveis.