Em seis meses, Trump lidera erosão sem precedentes da democracia dos EUA
Analistas apontam um avanço autoritário de Trump nos EUA, com instituições capitulando a pressões sem precedentes. A falta de freios efetivos ao seu poder agrava a crise democrática, colocando em risco as liberdades civis e a ordem constitucional do país.
Cerca de seis meses após a volta de Donald Trump ao poder, analistas alertam para uma derrocada da democracia nos Estados Unidos. Poucas instituições estão dispostas a conter suas ações em áreas como imigração, orçamento e comércio.
Trump tem atacado o Judiciário, universidades e a mídia, surpreendendo especialistas que viam as instituições americanas como sólidas. O presidente obteve vitórias significativas, como acordos com grandes firmas de advocacia que garantiram serviços jurídicos gratuitos em apoio às suas causas, e a capitulação de universidades, como Columbia.
De acordo com Ryan Enos, cientista político de Harvard, Trump agora opera fora das normas constitucionais, em um contexto de "autoritarismo competitivo." Ele prevê que, apesar de eleições justas, a oposição enfrentará desafios consideráveis devido à deterioração das condições internas.
Esses ataques também visam silenciar críticas e eliminar questionamentos jurídicos. Jamal Greene, da Universidade Columbia, critica a estratégia de Trump, comparando-a à de líderes autoritários como Viktor Orbán e Jair Bolsonaro.
As pressões têm resultado em capitulações de empresas de mídia, como Paramount e Disney, que cederam após ameaças de Trump. Além disso, há sinais de possíveis violações constitucionais por parte do presidente, com o Congresso e a Suprema Corte falhando em contê-lo.
A Suprema Corte tem emitido decisões controversas, complicando a avaliação jurídica do sistema. Brandon Garrett, da Universidade Duke, observa que, embora o teste das instituições esteja em andamento, não houve uma falha completa da ordem democrática até o momento.
Enos alerta que, atualmente, não há freios ao poder de Trump. A única salvação para a democracia americana pode residir na força da sociedade civil e na capacidade das instituições de resistirem.