Em recado ao governo, presidente da Câmara diz que ‘Brasil não precisa de mais imposto’
Hugo Motta critica aumento do IOF e defende corte de gastos públicos. O presidente da Câmara afirma que o governo deve priorizar a revisão de despesas em vez de criar novos impostos.
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, fez um apelo ao governo federal sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) via redes sociais. Ele afirmou que “o Brasil não precisa de mais imposto, precisa de menos desperdício”.
A declaração surge após o governo anunciar medidas para aumentar a arrecadação através do IOF, enfrentando forte resistência de economistas, do mercado financeiro e do Congresso. Após intensa pressão, o Ministério da Fazenda recuou parcialmente, mantendo a alíquota zero para investimentos de fundos nacionais no exterior.
Motta criticou o aumento dos gastos públicos, destacando: “Quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor”. Ele também enfatizou que o Executivo não pode gastar sem limites, pedindo ao Congresso um controle nas contas.
Além disso, o deputado Luciano Zucco (PL-RS) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo para barrar o aumento do IOF, alegando que o governo penaliza quem empreende. As medidas propostas pelo governo modificavam a tributação em diversas operações, como seguros e empréstimos, com expectativa de arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu as medidas como alinhadas à política fiscal, mas reconheceu os ruídos no mercado e a necessidade de correções. Contudo, críticos acusam o governo de usar tributos para fins arrecadatórios.
A polêmica sobre o IOF ilustra a dificuldade do governo em equilibrar as contas públicas sem aumentar a carga tributária, um tema que deve gerar tensões contínuas entre o Executivo e o Congresso. Motta e outros parlamentares defendem cortes de gastos ao invés de elevações de impostos.