Em reação a tarifas de Trump, Europa discute medidas e quer acelerar acordo com Mercosul
Medidas de retaliação da União Europeia estão em pauta após tarifas impostas por Donald Trump. A presidente da Comissão Europeia alerta para os impactos negativos na economia global e na vida dos cidadãos.
A Europa amanheceu nesta quinta-feira (3) com manifestações contra as tarifas impostas por Donald Trump.
Uma reunião dos países-membros está marcada para sexta-feira (3) para discutir uma sobretaxa de 20% sobre produtos europeus.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, criticou Trump, afirmando que a economia mundial será severamente afetada.
Ela alertou que as tarifas prejudicarão consumidores e aumentarão a inflação, resultando em contas mais altas para compras e medicamentos.
O pacote de contramedidas já em discussão prevê tarifas sobre produtos americanos que podem chegar a € 26 bilhões (R$ 157,3 bilhões).
Von der Leyen também mencionou a sobretaxa sobre aço e alumínio, que já está em vigor e impacta o bloco com uma nova tarifa de 25% sobre automóveis.
Governo francês criticou a "atitude imperial" de Trump, enquanto o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, pediu unidade dentro do bloco.
Giorgia Meloni, premiê italiana, defendeu que a UE não deveria ser infantil na reta final e se ofereceu como interlocutora de Trump.
António Costa chamou atenção para a aceleração de acordos comerciais, como o tratado UE-Mercosul e negociações com a Índia.
Von der Leyen afirmou que a UE possui um "plano sólido" e várias opções de retaliação, incluindo a Lei de Mercados Digitais (DMA), que pode impactar grandes empresas como Apple e Meta.
Entre as possíveis ações estão restrições a bancos americanos na Europa e limitações em licitações para contratos públicos.
Os EUA possuem um superávit comercial de € 110 bilhões (R$ 664 bilhões) no setor de serviços, segundo dados da UE.