Em Nice, Lula discursa sobre 'Amazônia azul' em agenda encurtada por resfriado
Lula encerra agenda na França antecipadamente devido a problemas de saúde. Durante a conferência, ele destacou a importância da proteção dos oceanos e convidou líderes para a COP30 em Belém.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sua agenda encurtada durante visita à França, nesta segunda (9), por sintomas de resfriado ou gripe.
Ele participou da 3ª Conferência dos Oceanos da ONU (UNOC3) em Nice, onde o presidente francês, Emmanuel Macron, destacou a conexão entre a conferência e a COP30 em novembro, em Belém.
Macron criticou Elon Musk, defendendo a exploração dos oceanos em vez de Marte, e fez referência ao projeto de conquista da Groenlândia por Donald Trump.
Lula começou seu discurso com atraso, apresentando voz rouca, e fez uma piada sobre o nome da cidade anfitriã. Destacou o conceito de "Amazônia azul" e os efeitos das mudanças climáticas.
O presidente da conferência, Rodrigo Chaves, revelou que a participação de Lula não estava prevista inicialmente, mas foi antecipada. Lula pediu aos líderes que reconheçam a importância das mudanças climáticas e convidou a todos para a COP30.
Ele também deveria visitar a sede da Interpol em Lyon, evento que foi remarcado. No dia anterior, Lula havia apresentado sintomas de resfriado durante o Fórum de Economia e Finanças Azuis, o que resultou em cancelamentos em sua agenda.
Lula, que fará 80 anos em outubro, cumpriu uma agenda intensa na França desde a chegada no dia 4. A UNOC3, até o dia 13, visa estabelecer um plano de ação para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, que busca conservar e usar os oceanos de forma sustentável até 2030.
Entre os objetivos está a proteção de 30% dos oceanos até 2030 e a ratificação do Acordo BBNJ, que regulamenta áreas marinhas protegidas. Dados alarmantes demonstram a subida do nível do mar e a acidificação dos oceanos, além do impacto da poluição plástica.
- Nível médio do mar subiu 20 cm entre 1901 e 2018.
- Temperatura dos oceanos aumentou 1,5°C no último século.
- 37,3% dos estoques pesqueiros estão acima da capacidade de reprodução.