Em meio a tarifaço de Trump, Haddad diz preferir estímulo à economia via política monetária, e não fiscal
Haddad defende estímulos monetários em vez de fiscais para enfrentar aumento de tarifas e afirma que Brasil está mais preparado que em 2008. O ministro ressaltou a resiliência da economia e o apetite empresarial por investimentos apesar dos desafios atuais.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a situação econômica brasileira em meio à guerra tarifária iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Haddad afirmou que prefere estímulos à economia através da política monetária em vez da política fiscal e comparou a situação atual com a de 2008.
Ele ressaltou que, naquela época, os juros estavam em 13,75% e que vê mais potencial para crescimento do PIB no eixo monetário. "Se puder, vou tirar impulso fiscal", concluiu.
Durante o evento, Haddad também mencionou que há um maior apetite do empresariado brasileiro por investimentos, mesmo com juros altos, e destacou a resiliência da atividade econômica. Medidas para garantir crédito têm contribuído para isso.
Sobre a guerra comercial, ele avaliou que o Brasil tem mais liberdade para enfrentar os desafios do que em 2008, destacando reservas cambiais e um saldo comercial robusto.
Em relação à dívida pública, Haddad afirmou que sua trajetória seria diferente se não fossem "dissabores recentes", como a PEC dos precatórios e outras medidas do governo anterior.
Ele criticou os altos juros no Brasil e reconheceu problemas na comunicação entre o governo e o Banco Central. O ministro afirmou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias trará projeções de resultado primário para os próximos quatro anos.
"Não é razoável pagar 8% de juro real", finalizou Haddad.