Em meio a tarifaço de Trump, exportações do Brasil para a China têm maior queda em dez anos
Exportações brasileiras para a China caem 7,5% no primeiro semestre, enquanto importações têm aumento recorde de 22%. Especialistas alertam sobre a necessidade de diversificação de mercados diante das mudanças comerciais.
Queda nas exportações brasileiras para a China: O Brasil registrou maior queda em 10 anos nas exportações para a China no primeiro semestre de 2023, totalizando US$ 47,7 bilhões, recuo de 7,5% em relação ao ano anterior. A desaceleração se deve à diversificação de parceiros comerciais da China e à queda nos preços das commodities.
Crescimento nas importações: As importações do Brasil pela China cresceram 22%, alcançando patamar recorde, impulsionadas por carros híbridos e plataformas de petróleo.
A análise de Tulio Cariello: O diretor do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) destacou que a diversificação da China nas importações se intensificou devido à abordagem comercial agressiva de Donald Trump e os choques nas cadeias de valor da pandemia. Ele enfatiza a necessidade do Brasil diversificar seus mercados.
Destaques das importações: As compras de laminados planos de aço aumentaram 318% e os veículos híbridos, 52%. A CEBC observou picos de importação em junho, indicando uma antecipação antes do aumento gradual das tarifas sobre veículos elétricos no Brasil.
Exportações de soja e petróleo: Embora o volume de soja tenha crescido 5%, o faturamento caiu 6% para US$ 18,9 bilhões. As vendas de petróleo registraram a maior queda em cinco anos, com recuo de 7% no volume e 15% na receita.
Aumento nas vendas de terras-raras: As exportações de metais de terras-raras para a China triplicaram, somando US$ 6,7 milhões. Estes materiais são essenciais em eletrônicos, turbinas eólicas e veículos elétricos. Há um acordo entre China e EUA que pode fortalecer o setor no Brasil, que possui a segunda maior reserva mundial deste material.
Conclusão: Para Tulio Cariello, o Brasil deve fomentar projetos de longo prazo para desenvolver as exportações de terras-raras e diversificar seus mercados para garantir um futuro mais sustentável nas relações comerciais.