Em meio a tarifaço, Brasil retomará exigência de vistos para americanos
Brasil reestabelece exigência de vistos para cidadãos dos EUA a partir de abril, em resposta ao contexto geopolítico atual. A medida reafirma a reciprocidade e visa evitar um gesto de fraqueza diante das tarifas impostas pelos americanos.
Governo brasileiro retoma exigência de vistos para turistas dos Estados Unidos, com vigência a partir de 10 de abril. A decisão ocorre apesar da tentativa do Senado de sustá-la por meio de um projeto de decreto legislativo (PDL).
A avaliação do Palácio do Planalto é que, devido ao contexto geopolítico e às novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, não há espaço político para a reversão da política migratória.
A exigência de vistos havia sido restabelecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revertendo a medida do governo Jair Bolsonaro, que dispensava vistos para turistas americanos, canadenses e australianos.
A entrada em vigor da nova regra foi adiada duas vezes devido a pressões do setor de turismo. Agora, o governo decidiu não intervir novamente, acreditando que a proposta legislativa perderá força.
Além da reciprocidade — pois brasileiros ainda precisam de visto para os EUA —, a manutenção da exigência é considerada simbólica, em meio à pressão tarifária dos americanos sobre produtos brasileiros.
Integrantes do governo veem a manutenção da isenção como um "gesto de fraqueza" sem retorno prático. O trâmite do PDL no Congresso é considerado frágil do ponto de vista jurídico, já que a prerrogativa sobre políticas migratórias é do Poder Executivo.
A exigência de vistos, inicialmente prevista para outubro de 2023, foi adiada para garantir o funcionamento do sistema de visto eletrônico (e-Visa) para turistas desses países.
Em março de 2025, o Senado aprovou um PDL para manter a isenção de vistos, mas a medida ainda aguarda análise na Câmara dos Deputados. Assim, cidadãos dos EUA, Canadá e Austrália precisarão de visto para entrar no Brasil a partir de 10 de abril.