Em meio a investigação sobre fraude e após ordem de Lula, presidente do INSS pede demissão
Demissão ocorre em meio a investigações de um esquema fraudulento que prejudicou aposentados. Justiça determinou afastamento de Stefanutto após descobertas de descontos não autorizados em benefícios.
Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, pediu demissão nesta quarta-feira, 23, em meio a uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU). O motivo é a investigação de um esquema de descontos associaivos não autorizados em aposentadorias.
Stefanutto foi afastado por determinação judicial e entregou sua carta de renúncia antes de ser formalmente demitido, seguindo uma ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante coletiva, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, defendeu a indicação de Stefanutto e pediu cautela nas investigações, enfatizando o direito de defesa dos envolvidos.
Stefanutto assumiu o INSS em julho de 2023 e é procurador federal com 23 anos de carreira. Ele já ocupou cargos no Tribunal de Justiça de São Paulo e na Receita Federal.
A operação investiga a falsificação de assinaturas para incluir mensalidades nas aposentadorias sem o consentimento dos beneficiários. Organizações sindicais e associativas teriam cobrado R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A CGU identificou 21 entidades que aplicaram descontos sem autorização. Foram expedidos 211 mandados judiciais e efetuadas seis prisões temporárias, além de buscas em vários estados.
Três suspeitos foram presos e outros três estão foragidos. Bens, incluindo carros de luxo e joias, foram apreendidos. Os crimes investigados incluem corrupção, falsificação de documentos e lavagem de capitais.